Abstract
Há um pouco mais de cem anos – precisamente entre os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 –, um grupo de intelectuais e artistas se reuniram no Teatro Municipal de São Paulo para realizar a Semana de Arte Moderna. Neste ano de 2022, debates e discussões elucidam como todo um século foi mobilizado ao redor desse evento. No calor dos debates e das dezenas de publicações recentes relativas ao tema,1 pode-se muito bem parafrasear o célebre clássico de John Reed, Dez dias que abalaram o mundo (2010), para afirmar que a Semana abalou o século, pondo à prova a cada década a crítica, os historiadores e outros artistas a depurar influências locais, rever os discursos historicamente construídos sobre e em torno do evento, quem participou ou quem não esteve presente, as fontes econômicas e mais recentemente as classes sociais e as questões de gênero do grupo participante.